Malú Mestrinho

Apresentação

Olá!
Este é meu blog pessoal.

Aqui pretendo comentar sobre coisas que vi, ouvi e vivi.
Gosto de escrever e às vezes sinto um impulso de compartilhar... Como não sei exatamento com quem, resolvi criar este espaço e deixar que pessoas acessem e leiam quando quiserem.
Pretendo também escrever e trocar idéias sobre a arte do canto. Mais especificamente do canto que interpreta a música chamada erudita.

Malú Mestrinho
(em julho/2010)


sexta-feira, 3 de dezembro de 2021

O tomateiro da minha varanda

 

    Era uma vez um tomatinho cereja que sobrou de uma muda magrinha que eu plantei na jardineira da minha varanda. O tomateirinho secou, morreu... já tinha arrancado o caulezinho seco com raiz e tudo. Chegamos a colher alguns tomatinhos dele, e os comemos. Mas, um caiu e ficou lá esquecido, até o dia que fui plantar umas sementinhas de outras coisas com o meu neto Gabriel. Ele estava mais interessado nas sementes de morango, do que nas de salsinha e rúcula.

    Encontrei o tomatinho caído, abri no meio com a tesoura e coloquei as duas metadinhas viradas de cabeça pra baixo, num espaço da terra onde tinha colocado um pouco de adubo, entre as sementes de rúcula e as de morango. Com o indicador de cada mão, empurrei na terra assim: tchum, tchum, uma metade do lado da outra e cobri com terra. Não entendo nada de plantas e nunca tive muito jeito com elas. Mas desde que cheguei nesta casa que Deus me deu pra morar, onde há uma jardineira na varanda lateral do quarto de dormir, tenho experimentado algo novo: plantar. Pois bem, esta foi uma experiência: coloquei as duas metades do tomatinho na terra, pensando: vamos ver no que vai dar... 

    Fiquei acompanhando nos próximos dias o resultado do morango, pra ver se nascia. O Gabriel, de vez em quando perguntava pelo morango, curioso sobre quando apareceriam a frutinhas. Daí, apareceu um brotinho. “Olha Gabriel, está nascendo o morango!” Nem lembrava do tomate. A rúcula também nasceu, deu folhas bonitas. A salsinha, coitada, foi confundida com mato e jogada fora. Aliás, tudo nasce igual: duas folhinhas, uma pra cada lado. A gente tem que esperar crescer pra ver o que é... aprendizados de jardineira de primeira viagem. O pretenso morango crescia forte e rápido, duas plantinhas já... Pois bem, comecei a desconfiar daquele morango. Crescia que era uma beleza! Mas as folhas não pareciam nada nada com as das fotos da internet. Um dia, fotografei as folhas já abundantes num caule que engrossava e perguntei ao google o que era aquilo: TOMATE!!! Ha ha ha... nada de morango! Era primavera e as duas plantas cresceram muito e, em poucos dias, se encheram de flores amarelinhas. Aprendi que tinha que cortar uns galhos “xupões”, para as flores darem frutos. Todo dia tirava alguns... E as frutinhas apareceram. MUITAS! Tenho hoje 2 tomateiros ENORMES e fortes, na jardineira da varanda, cheios de tomatinhos! Mais de oitenta hoje! Tenho que podar as pontas dos galhos, para ele parar de crescer! Tanto vigor nesta planta, que onde eu tirei os chupões, nasceram outros ramos, alguns já deram flores. Ele já venceu a rúcula, que hoje está mirradinha... bichinha!

Tomatinhos nascidos na minha varanda.
    Em breve teremos muitos tomates cereja para salada!

   Existem várias orientações sobre como ´preparar sementes de tomate para plantar: retirar e lavar para sair da polpa, depois secar por vários dias. Não fiz nada disso. Lembro de uma frase do filme Jurassic Park “life finds a way...” É verdade. Porque acima da natureza e dentro dela há a força suprema da vida: Deus. Eu vejo isso no tomateiro da minha varanda. 

Aleluia!

Transeamus... 

sexta-feira, 3 de setembro de 2021

Canto Brasileiro

  


    Iniciei um projeto de extensão no MUS (Departamento de Música da UnB), o Canto Brasileiro, programa de rádio web e podcast. Falando assim, parece até engraçado, porque rádio é mídia antiga. Mas, na verdade, tanto radio web (rádio na internet), como podcast são formatos atuais, que as pessoas podem acessar de seus smartphones ou tablets. E neste tempo de pandemia, quando somos bomboardeados pelos vídeos, o acesso a um conteúdo só de áudio, parece ser mais leve. 
    O Canto Brasileiro nasceu de um convite que recebi de Rogério Resende, da Casa do Piano (http://casadopiano.com.br/), para ocupar um espaço na programação da radio web, que ele estava criando. Ele sugeriu um programa sobre canto e eu decidi focar na Canção de Câmara Brasileira (*), por ser a minha área de maior interesse no repertório do canto. Percebendo que seria algo que demandaria tempo e trabalho, resolvi fazer isso através de um projeto de extensão, envolvendo a minha classe de estudantes de canto na UnB. Deu mais certo do que eu pensava!     
    Alguns estudantes entraram no projeto meio desconfiados, sem entender muito no que estavam se envolvendo. Mas, agora, eu os vejo trabalhando lindamente e satisfeitos. Me ajudam nos contatos, na produção do programa, edição dos áudios, divulgação e locução. E o melhor de tudo: estão aprendendo muito sobre Canção de Câmara Brasileira, conhecendo mais do repertório, dos compositores e tendo contato com intérpretes e pesquisadores da área.
    Sem entender muito, das mídias e seus formatos, busquei ajuda de outro projeto de extensão do MUS, o Musicoide (http://musicoide.unb.br/), uma plataforma de podcast, que nos acolheu, e disponibiliza nossos episódios em sua própria plataforma e em outras, como o Spotify e o google podcast. Assim, as pessoas podem acessar e ouvir o programa quando quiserem. 
    Os programas são temáticos, abordam obras para canto de compositores brasileiros e  trabalhos de intérpretes, como CDs e gravações de trabalhos acadêmicos. Às vezes, fazemos entrevistas e outras vezes só tocamos as canções. Mas, sempre com pequenos comentários, que ajudam a compreender o universo da Canção de Câmara Brasileira. 
    O objetivo do projeto é divulgar a Canção de Câmara Brasileira, principalmente obras de compositores menos publicados e menos cantados. Por exemplo, fizemos um programa com canções de Marcello Tupynambá (1889-1953), que tem canções de grande valor artístico, mas pouco conhecidas, até mesmo entre cantores brasileiros. O repertório da Canção de Câmara Brasileira é imenso e riquíssimo, merece ser mais difundido. Além disso, o público em geral dificilmente tem acesso a ele. Encontramos tanto material, que já esgotamos as datas que temos até o fim do ano. Sobraram compositores e gravações que só serão abordados se mantivermos o projeto em 2022. O que me parece bem provável, porque o programa "pegou". Recebi vários retornos de colegas que ouviram, de pessoas que gostaram. É muito gratificante perceber o interesse e satisfação de quem ouve. Bom saber que, em qualquer lugar do mundo, pessoas podem ouvir o programa, tanto na primeira apresentação, domingo à noite, como nas reprises da rádio, e pelo podcast, em qualquer horário que quiser.
    Se você está lendo este texto e não conhece o projeto ainda, está convidado a acessar um dos canais do programa, como segue: 

🎵O programa Canto Brasileiro estreia sempre no domingo, às 21h. É reprisado na 2ª feira seguinte, no mesmo horário, aqui: http://casadopiano.com.br/wp/radio/ , (em outros dias da semana, alguns episódios são reprisados, sempre às 21h). 
🎵Os programas ficam  disponíveis em formato de podcast, na plataforma do Musicoide: http://musicoide.unb.br/canto brasileiro .
🎵 O projeto tem uma página no Instagram, que você pode seguir, para nos apoiar e ficar por dentro dos próximos programas: https://www.instagram.com/canto_brasileiro/ .

    Como sempre privilegiei a canção brasileira em meu trabalho, este projeto veio como algo natural para mim. Mas, não esperava que tivesse uma receptividade tão boa. Tem sido gratificante ver o desenvolvimento do projeto e como ele desperta interesse no próprio meio dos cantores. Espero que o Canto Brasileiro continue por muito tempo, divulgando este universo imenso e tão importante da canção de arte Brasileira. Considero um privilégio realizar este trabalho. 

Cantemos! 

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    (*) Explicando: Canção de Câmara Brasileira ou Canção de Arte Brasileira é a canção brasileira escrita em partitura, por compositores eruditos (que estudaram música formalmente). Por isso, ela é interpretada pelos cantores eruditos, usando a técnica do canto lírico. Ela tem alguns elementos em comum com a canção popular brasileira. Tanto que algumas já foram gravadas por cantores populares. A identidade BRASILEIRA extrapola os estilos e pessoas que não conhecem música erudita, podem gostar de uma canção de câmara e se identificar com ela. A canção de câmara e a canção popular são criações musicais brasileiras. Quem gosta de Pixinguinha, Tom Jobim, Chico Buarque e Djavan, provavelmente vai gostar também de Villa-Lobos, Camargo Guarnieri e Edmundo Villani-Cortez. 



terça-feira, 13 de julho de 2021

A casa da Colina

Já passei pelo Campo

Pela Campina

Agora moro na Colina

Estou aqui há pouco tempo

Mas, parece que estou há muito

De tão à vontade que estou

Como se sempre fosse este o meu lugar

E é. Lugar que Deus me deu pra morar

Não é meu. Mas, é, de certo modo. Afinal, o que é nosso aqui?

As vezes, ao contrário, parece que ainda não me acostumei...

Com o espaço

O silêncio 

O verde

A vista

Os pássaros

A feira

A fórmica

As varandas

A jardineira

Vou aos poucos arrumando

Colocando do meu jeito

Processo que vai ser longo

E do qual não quero me cansar. 

Pendurar coisas na parede 

Arrumar cantinhos

Mudar aquela prateleira...

Casa nova é bom demais.

Obrigada, meu Deus, pela casa da colina. 

Só quero sair daqui para aquela morada, que Jesus disse que ia arrumar pra mim.