Malú Mestrinho

Apresentação

Olá!
Este é meu blog pessoal.

Aqui pretendo comentar sobre coisas que vi, ouvi e vivi.
Gosto de escrever e às vezes sinto um impulso de compartilhar... Como não sei exatamento com quem, resolvi criar este espaço e deixar que pessoas acessem e leiam quando quiserem.
Pretendo também escrever e trocar idéias sobre a arte do canto. Mais especificamente do canto que interpreta a música chamada erudita.

Malú Mestrinho
(em julho/2010)


terça-feira, 1 de outubro de 2013

Do campo para a campina



Que diferença há entre o campo e a campina?
Ambos são grandes.
A campina nem tanto, o nome já diz
Como se fosse um campo pequeno
Mas Campina é mesmo menor, apesar do Grande no nome.
E fica acima
É mais alta
É feminina
E é mais íntima, pois pelo apelido se chama
Campina (apenas), sem o Grande
Pois muito grande não é mesmo

Já o Campo, este é Grande
Masculino e árido
Nele plantei sem muito resultado

Troco o campo pela campina
Onde há montes
"De onde me vem o socorro"

Campina é perto da serra
Portanto é alta
Como é alto o que para lá me leva
Terra de meu marido
De gente boa, então

Vou confiante
De Campina farei meu campo
Nela plantarei e ficarei
Há de ser melhor

(em 07/07/2013 voando de Campina para Campo Grande)















quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Programas e lembranças de concertos...

Na mudança, arrumando papéis, partituras... cheguei à uma caixa enorme cheia de programas de concerto. Meu Deus, quantos! Queria até contar, mas não deu, me perdi... Tinha que organizar, me desfazer de alguns. Que difícil jogar fora um programa, é como rasgar uma lembrança... Resolvi guardar pelo menos um de cada. Mas, não resisti a dar uma olhada.

Revi e revivi momentos bons. Lembrei de coisas incríveis que aconteceram, coisas maravilhosas que cantei com pianistas, cantores e maestros queridos.

Lá está minha estreia cantando a Missa da Coroação de Mozart, com o Coro Sinfônico Comunitário da UnB. Regência de David Junker, ao lado de Zuinglio Faustini, Amélia Niemeyer e Alexandre Inneco. Lembro que fiquei gripada e rouca na 3ª récita, mas não tinha quem me substituísse e o Alexandre cantou comigo a única parte que o contralto canta sozinho: "be-e-ne-di-ic-tu-us", que começa no sol grave e eu não tinha som nesta região de tão rouca!

Eu regendo o Coro Infantil da AABB, nos anos 80. Meus filhos ainda eram pequenos... A ópera Maria Tudor de C. Gomes, com a OSESP, em 1996, regência de Roberto Duarte. A Companhia de Ópera do Rio de Janeiro nos anos 90. Faziamos concertos de ópera nos lugares mais inusitados... Ariana a Naxos de J. Haydn, com Roberto Rufino, na EMB. Le Roi David de A. Honneger, com um maestro suíço (não lembro o nome) maravilhoso. O Actus Tragicus de Bach. O que me faz lembrar que uma vez o fizemos no concerto das 19h do CIVEBRA, com uma camerata antiga (cravo, gambas, flautas barrocas, em 415). E depois eu e André Vidal (dois loucos) descemos para cantar, às 21h, num concerto de musicais (!!!).

O Projeto Antologia da Canção Brasileira na EMB: 3 anos de recitais, todo o mês. E a gente correndo para aprender as canções dos compositores de cada mês. As "Enxárcias partidas" e "Alumbramentos" do Carlos Galvão. As sopranos do quarteto mudavam, mas contralto, tenor e baixo, éramos sempre eu, André Vidal e Beto Almeida. Tantas canções dele (C. Galvão) e de outros compositores que estreei. Algumas escritas pra mim. Privilégio.

Os recitais com o grupo da querida Neusa França. Os recitais do DUO ANIMA, com Rodrigo Carvalho, os da Banda Antiga da EMB, perSonare.

E tantos teatros e lugares diferentes! Em novembro de 2005 cantei em mais de 10 concertos, entre São Paulo, Brasília e Goiânia.
E há programas em que não cantei, mas preparei e orientei alunos. Quantos alunos! Formaturas no Rio, em Brasília.

Enfim, cheguei nos programas de Campo Grande: Maria Bonita, os projetos com Marcelo Fernandes. 

Há programas lindos, esteticamente bem feitos, obras de arte, dá pena jogar fora. Outros muito simples, cópias "xerox" em papel ofício, mas a música que eles contam foi feita com qualidade e cuidado.

E lá vamos nós para outros lugares, outros teatros e outros concertos, se Deus quiser. Meu marido diz brincando "não chama ela pra cantar não, que ela aceita". Que venham outros programas. Arrumarei outras caixas... Cantemos!


sábado, 7 de setembro de 2013

De uns tempos pra cá... (para Josué Jr.)

Tempo de mudança
Tempo bom
Tempo de selecionar o que vale a pena
Faz tempo que o marido canta isso pra mim.
Eu achava lindo, romântico... mas utópico e resistia.
Desta vez topei.
Só não dá pra ficar sem os livros!
Mas, vamos fazer o que a música diz. Quase...
Porque, de uns tempo pra cá, 30 anos juntos, sete mudanças e tantos recomeços, aprendemos que o que vale mesmo a pena é "ficar só com você"...


Chico Cesar e Quinteto da Paraíba, no Show "Cantos e encontros de uns tempos pra cá" 
Ibirapuera - SP, 2007

De uns tempos pra cá
(Chico César)

"De uns tempos pra cá
os móveis, a geladeira
o fogão, a enceradeira
a pia, o rodo, a pá
coisas que eu quis comprar
deu vontade de vender
e ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
o carro, a casa, o som
tv, vídeo, livros, bom...
o que em tese faz um lar
admito eu quis comprar
começo a me arrepender
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar

De uns tempos pra cá
o pufe, a escrivaninha
sabe a mesa da cozinha?
lençóis, louça e o sofá
não precisa se alterar
pensei em me desfazer
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

De uns tempos pra cá
telefone, bicicleta
minhas saídas mais secretas
tô pensando em deixar
dê no que tiver que dar
seu amor me basta ter
pra ficar só com você
isso de uns tempos pra cá

Coisas são só coisas
servem só pra tropeçar
têm seu brilho no começo
mas se viro pelo avesso
são fardo pra carregar"

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Canções de Amor

    Estou estudando novamente um repertório que gosto muito: as Canções de Amor de Claudio Santoro e Vinicius de Moraes, que cantarei na íntegra, no Festival de Música de Campina Grande semana que vem.
     São 13 canções ao todos: dois cadernos (1ª e 2ª séries) com o nome "Canções de Amor" e as Três Canções Populares, que foram editadas depois. Foram escritas entre 1957 e 1958. 
Tudo começou num encontro entre Santoro e Vinícius em Paris, em 1956. O compositor mostrou ao poeta seus prelúdios para piano. Vinícius gostou das melodias e colocou letra em algumas delas. Ele gostava de trabalhar assim: ouvir a melodia e criar poesia para a música. Ao contrário da maioria das canções, que são feitas a partir da poesia, o compositor baseando-se nos versos para criar a música, as Canções de Amor são diferentes. Porque Vinícius era diferente. Com outros parceiros, de música popular, ele também preferia trabalhar assim. Aliás, acho que ele se divertia colocando letra em melodias. Isso pode ser percebido em "Rancho das Flores", que ele escreveu sobre a melodia de "Jesus meine bleibet freude" (Jesus alegria dos homens), da cantata 147 de J. S. Bach. http://letras.mus.br/vinicius-de-moraes/114917/.
       É interessante lembrar que algumas destas canções foram antes prelúdios para piano. Aliás, são lindos os prelúdios de Santoro. Tanto os que viraram canções como os que não. Nem todas as canções vieram dos prelúdios. Algumas já nasceram como canções. Mas todas têm em comum o tema da dor de um coração triste pela distância do seu amor. O sentimento da ausência e a saudade estão presentes em todo a obra. São tristes e lindas as canções... 
       A melhor gravação do ciclo (em minha opinião) é a do tenor Aldo Baldin, com Lilian Barreto, de 1983, que foi supervisionada pelo próprio compositor. Infelizmente está esgotada.
      Tive o privilégio de ser aluna  de Claudio Santoro na UnB, na década de 80, em harmonia e composição. Lembro dele com carinho. Era sempre muito simpático, andava com seu chapeuzinho. Ele já estava cansado de dar aulas, coisa que fez a vida inteira. Em sala de aula, contava histórias de sua vida, dava conselhos. E quem quisesse mostrar exercícios, ele corrigia, dava sugestões. Lembro muito de ir ao teatro assistir ensaios e concertos da orquestra regidos por ele. Cantei no coro o seu Requiem, regido por ele em 1986. Quando ele morreu, foi um choque pra mim. Lembro que chorei muito. Sobre sua morte há um fato interessante. Ele dizia que nunca se aposentaria, queria morrer trabalhando, fazendo música. E teve um infarto regendo um ensaio da orquestra. Caiu do pódio com a batuta na mão e não resistiu. É bonito e triste ao mesmo tempo. Como as canções de amor...
      Fiz meu trabalho final do Curso de Especialização na UnB (2002) sobre estas canções. Foi quando cantei pela primeira vez as 13, com Vania Marize ao piano. Depois, em 2004, as fiz novamente num concerto na Escola de Música de Música de Brasília, com Gisele Pires. No Curso Internacional de Verão da EMB de 2007, participei de um concerto muito especial, com a família Santoro. Eu e André Vidal cantamos as canções com o Alessandro Santoro (filho do compositor) ao piano. E Gisele Santoro (viúva de Santoro) coreografou algumas canções e seus alunos de ballet dançaram, enquanto cantávamos. Foi muito lindo. "Jardim Noturno" foi uma das que eu cantei, junto com um lindo pas de deux. Lembro de D. Gisele na primeira fila da platéia chorando. Depois ela me abraçou longamente. Nunca vou esquecer... Talvez por este momento tão especial, Jardim Noturno é a minha preferida. O poema diz:
"Se meu amor distante
Eu sou como um jardim noturno
O meu silêncio é o seu perfume
A se exalar em vão dentro da noite
Oh volta minha amada!
A morte ronda em teu jardim as rosas tremem
E a lua nem parece mais lembrar de mim."

       Quando cheguei a Campo Grande, 2009, fiz um recital com Marcus Medeiros, onde também fizemos estas canções. Esta será, portanto, a quinta vez que cantarei esta obra completa. Gosto de reestudar coisas que já cantei antes e repensar a interpretação, descobrir coisas novas...
Será um prazer cantar as Canções de Amor novamente.

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Pensando sobre o movimento "Vem pra rua"

E de repente, eu que tenho três postagens já rascunhadas com assuntos mais dentro da proposta deste blog, precisando de revisão para publicar, venho falar de outro assunto. O assunto que está no ar, que me faz pensar, orar, me importar. E por fim me move a escrever.
O movimento "Vem pra rua". Porque quero me posicionar também. E não quero escrever no Facebook, porque lá o que se escreve é descartável. Hoje então, o post em alguns minutos já vai lá pra baixo da timeline e ninguém mais vê. Aliás, tenho lido bastante o Facebook nos últimos dias para saber como anda o movimento. Acho lindo ver o povo na rua. Muita gente sincera, com vontade de construir um futuro melhor. De ver uma sociedade mais justa. De clamar contra a corrupção institucionalizada da política brasileira.
E penso qual o meu papel? Tenho vontade de ir pra rua também. E vou.
Aliás, não será a primeira vez. Fiz passeata, nos meus tempo de UnB, início dos ano 80. Lembro de uma caminhada pacífica pela L2 norte, contra a ditadura e a imposição do reitor. Neste dia, aspirei gás lacrimogênio, que foi jogado em nós por policiais a paisana, infiltrados no meio dos estudantes.
Também quero um país melhor. Quero justiça. Quero o fim da impunidade.
E me sinto pequena diante de tudo isso. O que posso (podemos) fazer?
Pergunto para Deus. Sim, eu oro! Sou cristã convicta. E tenho dito, para quem me pergunta, que esta insatisfação com a injustiça tem tudo a ver com o cristianismo. Nós, mais do que ninguém temos que trabalhar pelo bem comum, pela paz, pela justiça social.
Oro e Deus responde, fala comigo pela Sua Palavra (Bíblia) e o que leio me mostra que tem que começar em mim. Reflito e percebo que tenho que cuidar da minha atitude como cristã e cidadã. Trabalhar bem, ser honesta. Primar pela ética. Amar os que convivem comigo. Meus alunos, jovens (lindos e sonhadores) que o Senhor me deu o privilégio de ensinar. Aceitar o outro, que pensa diferente de mim. Aceitar e amar (!!!). Sim, até aquele que fala mal de mim pelas minhas costas (e eu sei). Este amor é o mais difícil de exercitar. Mas, foi o meu SENHOR que mandou. Tenho que amar e perdoar até quem me odeia... Deus me ajude!
Hoje li o capítulo 29 de Provérbios, por causa de um post que compartilhei com o versículo 4. O amigo Dib Franciss sugeriu que eu postasse inteiro. Faço-o aqui. Várias partes têm muito a ver com o que estamos vendo, destaco algumas:

"1 Quem é repreendido muitas vezes e teima em não se corrigir cairá de repente na desgraça e não poderá escapar.
2 Quando os honestos governam, o povo se alegra; mas, quando os maus dominam, o povo reclama.
3 O filho que ama a sabedoria é o orgulho do seu pai. Quem anda com prostitutas desperdiça tudo o que tem.
4 Quando o governo é justo, o país tem segurança; mas, quando o governo cobra impostos demais, a nação acaba na desgraça.
5 Quem bajula os seus amigos está armando uma armadilha para si mesmo.
6 Os maus são apanhados na armadilha dos seus próprios pecados, mas os honestos andam livres e felizes.
7 A pessoa correta se interessa pelos direitos dos pobres, porém os maus não se importam com essas coisas.
8 Os que zombam de tudo põem uma cidade inteira em confusão, mas os sábios mantêm tudo em paz.
9 Quando um homem inteligente discute com um tolo, este somente ri, xinga e causa confusão.
10 Os assassinos odeiam as pessoas direitas, mas os bons protegem a vida delas.
11 O tolo mostra toda a sua raiva, mas quem é sensato se cala e a domina.
12 Quando um governador dá atenção a mentiras, todos os seus auxiliares acabam se tornando maus.
13 O pobre e aquele que o explora só têm uma coisa em comum: o SENHOR Deus lhes deu olhos para verem.
14 As autoridades que defendem o direito dos pobres governam por muito tempo.
15 É bom corrigir e disciplinar a criança. Quando todas as suas vontades são feitas, ela acaba fazendo a sua mãe passar vergonha.
16 Quando os maus estão no poder, o crime aumenta; mas as pessoas honestas viverão o suficiente para ver a queda dos maus.
17 Corrija os seus filhos, e eles serão para você motivo de orgulho e não de vergonha.
18 Um país sem a orientação de Deus é um país sem ordem. Quem guarda a lei de Deus é feliz.
19 Não adianta nada corrigir um escravo somente com palavras porque, mesmo que ele entenda, não obedecerá.
20 Há mais esperança para um tolo do que para uma pessoa que fala sem pensar.
21 O escravo que é mimado desde criança um dia vai querer ser dono de tudo.
22 A pessoa de mau gênio sempre causa problemas e discórdias.
23 O orgulhoso acaba sendo humilhado, mas quem é humilde será respeitado.
24 O companheiro de um ladrão é o pior inimigo de si mesmo. Se ele disser a verdade no tribunal, será castigado; se não disser, Deus o amaldiçoará.
25 É perigoso ter medo dos outros, mas confiar no SENHOR dá segurança.
26 Todos querem agradar às pessoas importantes, mas o SENHOR dá o que cada um merece.
27 Os homens direitos não toleram os maus, e os perversos não toleram os que vivem honestamente."
Clamo a Deus, para que ELE aja com poder sobre esta nação, sobre o povo e sobre os líderes. Que haja sabedoria, que haja PAZ.
Peço a Deus que proteja as pessoas nas ruas, pois temo o efeito da "massa" que não pensa e acaba fazendo bobagem. Temo as ações de baderneiros e vândalos misturada aos protestos pacíficos.
E peço a Deus que esta multidão cheia de esperança não seja instrumento de outros interesses. Que o povo não seja manipulado, como já foi antes.
Por fim, que Deus me ajude a ser uma boa cidadã . Que com meu trabalho -- sim, com a música, com o canto e com o ensino -- eu possa fazer a minha parte na sociedade, servindo a Deus e ao meu próximo. Trabalhando por um Brasil melhor.



segunda-feira, 1 de abril de 2013

MARIA BONITA

(Com atraso, publico texto que escrevi sobre o GRUPO VOCAL MARIA BONITA, no final de 2012. O grupo continua agora com outra configuração. Mas escrevi aqui sobre a fase que acabamos de fechar.)
 

Oito cantoras
Bonitas Marias
Companheiras queridas do ofício de cantar
Minhas alunas, minhas amigas
Cantar junto nos uniu, mentes e corações.
Na busca de harmonizar vozes
Harmonizamos sentimentos
Criamos vínculos inexplicáveis, carinho especial.
Se não cantarmos mais juntas
Com certeza seguiremos cantando
E lembraremos sempre...

Sempre gostei de cantar em grupo. Trouxe para Campo Grande a vontade de montar um grupo vocal. Minha vontade casou com a de algumas alunas de canto do Curso de Música e em julho de 2010, criamos o Grupo Vocal Feminino da UFMS. Éramos 9 cantoras, unidas simplesmente pela vontade de cantar juntas. Não importava muito o que fosse. Não estava claro o que seria. Propus uma obra erudita para começar, desconhecida para elas e mesmo assim, toparam. Começamos então, ensaiando o Stabat Mater de G. B. Pergolesi e elas se apaixonaram pela obra. 

 
 Depois veio a Messe Basse de G. Fauré e várias canções, de vários estilos. Foram muitos ensaios (não tantos quanto eu queria), muitas experiências, muitos planos (nem todos concretizados), muitas conversas gostosas, cantorias, discussões.  Contando todas que passaram pelo grupo desde o início, foram 14. Nem todas ficaram. Agora, somos 8, o Grupo Vocal Maria Bonita. A formação atual é esta:
Você (que conhece o grupo) pode reconhecer cada uma de nós nesta montagem?
1º soprano:
Ana Lúcia Gaborim
Melissa Azevedo 
Marjorie Matsue

2º soprano: 
Maria Claudia Mendes
Cinara Baccili
Luma Heyn

Mezzo:
Malú Mestrinho
Angela Bessa


O Maria (como costumamos chamar) completou 2 anos em agosto de 2012. Este foi um ano muito produtivo. Enfatizamos a Música Popular Brasileira e o estilo a capella. Cantamos bastante, viajamos juntas, fizemos roupa, estreamos arranjos exclusivos. E definimos a logomarca do grupo, feita pela designer Had Mestrinho, a partir de uma idéia da Angela Bessa.
Em maio, fizemos concerto em Aquidauana, na série "Concertos na Igreja Matriz", apresentando mais uma vez o Stabat Mater, acompanhadas pelo talentoso Richard Hericks. Participamos do Festival de Música de Três Lagoas, em julho, com um concerto todo a capella. Fizemos pequenas apresentações por um projeto do SESC e terminamos o ano com uma apresentação em casa: o Curso de Música da UFMS.
 
O grupo vai mudar em 2013. Luma e Angela se afastam, pois vão para o mestrado em música em Goiânia. Deixarão saudades... Não sabemos, na verdade, quem fica ou entra agora. Mas, o grupo permanece. Continuaremos cantando, que é nosso objetivo principal. Temos um projeto especial para 2013: um repertório só com nomes de mulheres. Promete ser um programa muito bonito. Bonito como são bonitas as mulheres/Marias deste grupo...

 


Há outro post sobre este grupo no sobreCanto: Stabat Mater de Pergolesi e o Grupo Vocal Feminino da UFMS.

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quarta-feira, 6 de março de 2013

Gente que canta comigo...

Vi de relance uma foto em meu álbum do Facebook que não reconheci.
Cliquei para ver a foto melhor. Eram alunos meus cantando...
Olhei em redor e quase todas as fotos eram de gente cantando.
Alunos cantando, colegas cantando ou tocando comigo, "Marias Bonitas" cantando comigo... Eu cantando com outras pessoas. Duos, grupos, coros...
Gostei de me ver entre meus alunos, cantando com eles.
Percebi que as outras fotos, que não são de gente cantando, são da minha família.
Vi, então, que quando não estou em família, estou com pessoas que cantam comigo, tocam comigo, fazem música comigo. E fiquei feliz. Me senti aconchegada...
É que de certa maneira, estou sempre em família. Quando não na família do sangue, estou com a família do canto. Que é tambem minha família.
E comecei a fazer relações: os cantores que cantam comigo, são como meus irmãos. Os alunos, como meus filhos. E os instrumentistas, meus primos... rs.
Gente que canta comigo e eu com eles. Achei fantástica a descoberta!
Claro que nem sempre são muito próximos os que comigo cantam. Há graus de intimidade. Mas na família também os há...
Cantar une as pessoas. Gosto de perceber este vínculo se formando, crescendo, se intensificando ao longo do tempo.
Com os alunos, por exemplo. Não sou muito fácil no primeiro contato, confesso... rs. Nas primeiras aulas me olham quase com medo. Alguns confessam isso. Mas, a distância vai diminuindo à medida que nos conhecemos melhor. Quando ele começa a cantar e experimentar o canto que nossas aulas (nosso convívio) produz, passa a sair da sala sorrindo. Aquele sorriso esmaga o medo...  a relação muda, cresce. O canto, numa dimensão não paupável, invisível, nos liga. Quando cantamos juntos então! Ah, aí a relação se consolida. Somos unidos cantando.
No último recital dos meus alunos, me despedi de uma aluna, que se formou, cantando com ela. Aquele momento foi muito significativo. Lembro agora dela, não por acaso, exatamente no início das aulas. Cara de quem não está entendendo muito (ou nada...), desconfiada, muita tensão. O tempo passou e isso mudou. Cantamos muito juntas no Grupo Vocal Maria Bonita. Hoje somos amigas.

Agora, bom mesmo, é cantar com a família! Onde o vínculo é musical e de amor. Cantei com meus filhos recentemente. Inesquecível... Minha família sempre canta. Coisa de crente... Graças a Deus. Bom demais!

Enfim, percebi hoje que estou sempre com gente cantando... Gente que canta. E entendi que isso é bom. Me faz feliz.