Malú Mestrinho

Apresentação

Olá!
Este é meu blog pessoal.

Aqui pretendo comentar sobre coisas que vi, ouvi e vivi.
Gosto de escrever e às vezes sinto um impulso de compartilhar... Como não sei exatamento com quem, resolvi criar este espaço e deixar que pessoas acessem e leiam quando quiserem.
Pretendo também escrever e trocar idéias sobre a arte do canto. Mais especificamente do canto que interpreta a música chamada erudita.

Malú Mestrinho
(em julho/2010)


sábado, 15 de fevereiro de 2014

Pranto lavado


Nas águas de Manaíra lavei meu pranto
Pranto da ausência
Pranto doído da partida do ser amado
Olho e não o vejo
Fecho os olhos e o sei ausente
Partiu
Calmo e seguro
Como quem sabe que deve ir

As águas foram difíceis de alcançar
Minha inércia afastava-me delas
Mas quando aproximei-me devagar 
E percebi a frescura da areia molhada
Senti que poderia aliviar minha dor
Então segui e deixei que me molhassem
Primeiro os pés
Depois o corpo
Aos poucos

As primeiras ondas eram pequenas e suaves
Depois se intensificaram
Dificultando meu andar
Mas mantive o passo
Segui em frente
Com dificuldade
Como temos que seguir na vida
Quando os que amamos partem
E deixam no coração a ausência 

Nas águas de Manaíra lavei o corpo
Lavei a alma
Lavei os olhos e deles o pranto
Mas como fica impregnado na pele o seco sal
Até que seja lavado por água doce
A dor da ausência ainda fica no coração
Até que seja retirada pela doçura do reencontro

(Praia de Manaíra, João Pessoa
15 fevereiro 2014)

2 comentários:

  1. Respostas
    1. Obrigada Luma querida.
      Achei este poema antigo aqui... e percebi que tem tudo a ver com o que sinto hoje. 😢💔
      Um beijo 😘

      Excluir