Completei, dia 21 de setembro, um ano como docente do Curso de Música da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. Vim para Campo Grande na primavera de 2009 e descobri uma cidade onde as quatro estações são radicais. Verão muuuuuito quente e inverno surpreendentemente frrrrrrio...
Assumi os alunos de canto do curso (todos!!!)... e a disciplina Técnica e Expressão Vocal. Muito trabalho... Apesar de Campo Grande ser uma grande capital de estado, a música erudita aqui é excessão. Música aqui é a regional. As iniciativas da música de concerto são poucas e pela falta de tradição, geralmente tem caráter de amadorismo.
Difícil para mim... Mesmo em Uberlândia, quando trabalhei na UFU, recém-formada (1994/1995), não senti este choque. Talvez por ser um centro menor e eu ter menos experiência...
Mas, como disse a vários que me perguntaram, não vim para experimentar, mas para dar certo. "Queimei navios" demais para vir. Não dá para voltar. Mesmo com a expectativa da abertura do bacharelado frustrada, fiquei. Vários alunos são talentosos e alguns muito interessados. [Os interessados estudam mais e costumam render mais do que os "talentosos" ... Quando um talentoso estuda, aí sim, vamos formar um músico-cantor.]
Gosto de perceber que alguns, que franziam a testa para a exigência do repertório erudito (cheguei "batento o pé" nisso...) hoje já aceitam mais e até admitem gostar. Domingo passado recebi um e-mail de uma aluna, dizendo:
"Sabe de uma coisa, eu preciso dizer. Estou começando a me apaixonar pela música erudita... Antes eu ouvia porque eu sentia que 'tinha' que ouvir..."
Considero este "feed-back" como um presente de aniversário. Se pelo menos serviu para descortinar aos alunos as possibilidades da maravilhosa música vocal erudita, já valeu. É bom perceber que fazemos diferença na vida deles. Ao mesmo tempo, é uma baita responsabilidade!
Não deu de fazer muita coisa ainda. O "Pássaro da Terra" do 1º ano foi uma realização e a Semana da Voz, apesar de tumultuada, valeu também. Tenho projetos... um deles e o meu preferido agora, é o Grupo Vocal Feminino da UFMS. Se Deus quiser, vamos cantar muito por aí, com nome ou sem nome (kkkk...)
Sou grata a Deus por estar trabalhando aqui. Que eu seja instrumento dEle, para fazer de vozes, instrumentos.
A minha parte preferida foi "não vim para experimentar, mas para dar certo!" Isso faz toda a diferença para mim. Eu me sinto muito mais segura com você como professora. Muito obrigada=)
ResponderExcluirAdoro vc!
Luma Heyn
Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirPois é... não deu certo.
ResponderExcluirFalamos linguas diferentes demais, eu e Campo Grande.. "não dei conta", reconheço. Mas, não me arrependo de ter ido e tentado. Tenho bons frutos dos 4 anos que fiquei lá. Alguns bons alunos, bons cantores, bons amigos.
Valeu...