Malú Mestrinho

Apresentação

Olá!
Este é meu blog pessoal.

Aqui pretendo comentar sobre coisas que vi, ouvi e vivi.
Gosto de escrever e às vezes sinto um impulso de compartilhar... Como não sei exatamento com quem, resolvi criar este espaço e deixar que pessoas acessem e leiam quando quiserem.
Pretendo também escrever e trocar idéias sobre a arte do canto. Mais especificamente do canto que interpreta a música chamada erudita.

Malú Mestrinho
(em julho/2010)


segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Eu e o piano

Tenho tocado muito piano ultimamente. Tanto que minhas unhas, qua já não cortava tão curtas, quebraram. Olhando para trás, vejo como o piano foi e é importante para mim.
Minha relação com o piano já teve várias fases.
Comecei a estudar piano aos 5 anos de idade, quando nem piano tinha e minha professora escrevia na caderneta: "estudar na ponta da mesa". Eu olhava a partitura, imaginava o teclado do piano e tocava na mesa. Talvez venha daí o costume de mover os dedos, tocando um piano imaginário até hoje...
Ganhei meu primeiro piano aos 9 anos, em Brasília. Jasão. Ele tinha um som lindo. Era um Essenfelder com o nome "fantasia" de W. Tuller. Sofreu muito com as mudanças e a falta de dinheiro para manutenção até não ter mais jeito. Tive outros 2 depois, com som estridente. Nunca esqueço o som aveludado do meu Jasão.
Já amei o piano, dedicando horas do meu dia estudando, lendo partituras novas, fazendo técnica... foi meu companheiro de intermináveis tardes na adolescência de poucos amigos. Preferia ele à televisão.
Já o desprezei. Ficou quase 1 ano inteiro fechado em casa. Contraditoriamente, no meu primeiro ano de música na universidade. Percebi que meu solfejo era restrito à relação que fazia com o tocar piano. E eu queria solfejar independente disso, em qualquer tom. Além disso, Bohumil Med dizia que a terça maior de todo pianista é baixa, por causa do temperamento. Nesta época, detestei tocar piano e pensei "porque meus pais não me colocaram para estudar violino". Que absurdo!
Ainda na fase da negação, tentei estudar outros instrumentos. Escolhi os que gostava mais da sonoridade: clarineta e viola. Desisti da clarineta na primeira aula com o Gonzaguinha, por causa de um teste de sopro que não consegui fazer (depois tive que estudar respiração um monte para ser cantora...). Estudei viola, mas não fui muito longe. Enveredei pelo estudo do canto, sem muitas expectativas, e deu mais certo do que eu e Zuinglio Faustini esperávamos... E troquei o piano pelo canto.
Mas, nunca consegui ficar longe dele. O fato de tocar piano me ajudou como estudante e ajuda muito até hoje na minha profissão dupla de cantora e professora de canto.
Lembro que quando entrei na Escola de Música de Brasília como professora de canto, não tive coragem de dar aula, pela falta de experiência e medo da responsabilidade. Fui correpetidora por um ano, observando as aulas dos outros professores. 
No mestrado, meu trabalho foi sobre o repertório de canto sem piano. Minha motivação foi a forte dependência dos cantores com o piano. Adorei cantar com outros instrumentos.
Hoje, não tenho piano em casa há quase 3 anos. Como me faz falta! Encontrar uma partitura e não ter como sentar no piano pra ver como soa, ou para lembrar ... É horrível! Olho para o lado e não tem um piano aqui! Como assim? Pelo menos eu tenho um na minha sala na universidade. E olha que não foi fácil conseguir uma sala com piano lá.
Costumo dizer que sou pianeira. Porque a técnica há muito foi abandonada. Mas tenho boa leitura e como nunca deixei de tocar, me viro bem tocando para estudar e para meus alunos.
Agora em meio a um projeto (louco) de montar uma ópera com eles, fiquei sem pianista! No caso de extrema necessidade, lá estou eu exercendo o papel de pianista. Não sou digna do título, mas exerço a função. Estou me divertindo...



Nenhum comentário:

Postar um comentário